Durante a 54ª Assembleia Regional de Pastoral do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), estado de Santa Catarina, o projeto Encantar a Política ganhou destaque dentro da programação. O evento foi realizado nos dias 19 e 20 de agosto de 2022, com a participação de bispos, coordenadores diocesanos de pastoral, ecônomos diocesanos, coordenações das pastorais, movimentos, serviços e organismos em nível estadual.
Frei Olavo Dotto, Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB, foi o assessor do encontro e afirmou que A iniciativa vai além das eleições 2022. “Este é um projeto de formação política permanente, que nós desejamos que contribua durante as próximas eleições”. Destaca ainda “que o processo tem ainda um longo caminho a ser percorrido, por se tratar de um amplo projeto de formação”, disse.
O texto do caderno “Encantar a política” é inspirado nas encíclicas do Papa Francisco: “Laudato Si”, “Fratelli Tutti” e da Exortação Apostólica pós-sinodal, Alegria do Evangelho que tratam a política como decorrência ética do mandamento do amor. O caderno está organizado em cinco capítulos: 1º A universalidade do amor cristão; 2º Amizade social e ética da política; 3º As grandes causas do Evangelho; 4º Cuidar da Casa comum e 5º 2022 Eleições e democracia.
O texto abaixo é do Caderno “Encantar a Política” e resume os cinco capítulos:
O primeiro fala da universalidade do Amor cristão. Retoma o ideal das primeiras comunidades cristãs dos Atos dos Apóstolos; trabalha o conceito do amor ao próximo na Fratelli Tutti, a solidariedade como valor, e buscar o bem comum como ampliação e organização política da solidariedade.
No segundo capítulo, o tema é a amizade social e a ética política, reflete sobre a Política como “amizade social” e como “ciência e arte do bem-comum”; são abordados aspectos da Política que raramente são expostos na vida cotidiana – e menos ainda – nos meios de comunicação e redes virtuais; apresenta a realidade atual da política no Brasil e a proposta para a ação e os diferentes espaços da política.
No terceiro capítulo são abordadas as grandes causas do Evangelho; o que a Igreja quer, quando nos convida à ação transformadora no campo da Política; o que política tem a ver com a Evangelização, qual é sua missão específica; Evangelização e Política; a Paz fundada na Justiça; as causas estruturais da pobreza e, finaliza, retomando a expressão “Civilização do Amor”, cunhada por São Paulo VI e muito querida de São João Paulo II e Papa Francisco para expressar o projeto político que a Igreja quer para a Humanidade.
O quarto capítulo aponta como a parábola do Bom Samaritano ajuda a expor a necessidade da amizade social nos dias atuais. O Papa Francisco abre o horizonte da espiritualidade cristã para a Política como “ciência e arte do bem comum” e convida a dar mais um passo: alargar o âmbito da política para nele incluir a “nossa irmã Terra”; para isso ele se inspira na figura do irmão universal, que é São Francisco de Assis. Ecologia Integral; Grito da terra, Grito dos pobres e qual o lugar da política são temas também tratados neste capítulo.
O quinto e último capítulo fala das eleições e democracia. Após as reflexões sobre diferentes campos da política como amor social, seguindo o ensinamento do Papa Francisco em suas encíclicas, o capítulo aborda a questão eleitoral. Embora a política seja muito mais do que eleições, este é um tema que não pode ser ignorado. Com mais razão ainda porque o Brasil está numa crise político-econômica que abalou seriamente a confiança do povo nas instituições e o processo eleitoral é o momento mais favorável para um grande debate nacional a fim de encontrar a melhor saída para a crise. O capítulo quinto ainda recorda a crise política e institucional do Brasil; aponta os princípios éticos para um governo de união nacional; destaca o papel dos movimentos populares e sociais e convida a participar ativamente nas eleições.
Com informações e fotos da CNBB Sul 4.